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sexta-feira, 1 de março de 2013

Filme nº 58: Taxi Driver

Hoje gostaria de retornar ao tema mais ou menos delicado dos filmes clássicos aclamadíssimos pela crítica e pelo público saudosista. O último filme que assisti dessa categoria, Ghostbusters, apesar de bem menos sério, está -na minha opinião- bem longe de ser aquela coisa toda que as pessoas afirmam ser. Ontem assisti o filme que figura no título dessa postagem sem ter a menor ideia do que se tratava ou do que se dizia sobre ele (a não ser alguns poucos comentários de conhecidos), vindo a descobrir só depois de terminá-lo que ele consta em várias listas de melhores filmes da década (1970) ou mesmo em rankings de melhores filmes americanos de todos os tempos. Mas será que é tudo isso? É sempre importante fazer essa pergunta a si mesmo antes de se deixar levar pelo sucesso inercial das coisas.

He's a prophet and a pusher, partly truth, partly fiction, a walking contradiction.
Antes de tudo, o enredo. Taxi Driver narra a trajetória de Travis, interpretado por um incrivelmente jovem Robert De Niro, um veterano de guerra com problemas de insônia que decide ocupar todas as suas horas não dormidas com um emprego de taxista. Fazendo o tipo pouco inteligente e caladão, Travis é um personagem bem construído e capaz de despertar a simpatia do espectador até mesmo durante suas atitudes mais extremas. Depois de um avanço amoroso mal sucedido com uma mulher que trabalhava de voluntária na campanha presidencial de um senador, ele mergulha na rotina e na solidão, começando a se incomodar com a deteriorização moral da cidade de Nova York e dando espaço a ideias cada vez mais violentas. Quando Travis conhece uma prostituta pré-adolescente, fica determinado a combater toda a sujeira que vê pela frente e a salvá-la da podridão das ruas.
O filme faz uma excelente retratação de Nova York, quebrando a tradição de glamour da cidade ao mostrar seu lado periférico, dominado por drogas, crime e prostituição. Apesar disso, a trilha sonora e a fotografia permanecem muito bonitas, num clima mais ou menos noir.
Eu realmente achei o filme bom, mas tenho meus problemas em aceitá-lo como algo genial ou extraordinário. A trama se desenvolve de forma muito lenta, fazendo com que eu demorasse muito tempo pra descobrir do que o filme trataria, e a tão esperada explosão do protagonista só se dá lá no final, bem rapidamente, sendo seguida por um simples retorno à realidade. Foi um desfecho frustrante pra quem acompanhou Travis puxando armas dos bolsos o filme inteiro. É de se esperar que a maioria dos filmes clássicos renda algumas frases ou cenas eternas, mas isso também é um pouco escasso em Taxi Driver. Os poucos diálogos não rendem nada memorável, enquanto que a foto que eu coloquei ali em cima é provavelmente a única cena que transcende o filme. 

Sempre desconfiem dos clássicos.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A cena que os taxistas conversam na lanchonete sobre o casamento gay é memoravel. Todos eles concordam que os gays deveriam mesmo se casar e terem seus direitos, isso em 70... Eu gostei bastante do filme... lembre-se, tiroteio na vida real não tem balas infinitas e o mocinho(ou anti-heroi) tambem leva tiro... hehehe

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  3. Haha, po, essa cena é muito boa mesmo. E sim, a parte do tiroteio é o clímax do filme, o foda é que ela é muito rápida.

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