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quarta-feira, 13 de março de 2013

Filme nº 70: Um Dia de Fúria

Hoje eu finalmente normalizo a situação caótica desse blog, e paro de metralhar posts um em cima do outro. Isso não é legal com quem eventualmente passa por aqui e nem é legal pra mim também, que acabo tendo alguns posts bem injustiçados em visualizações. Mas enfim. O filme que assisti ontem de madrugada foi um desses filmes que você sempre ouviu falar e acabou construindo uma impressão baseada em algumas poucas fotos, vídeos e comentários. No caso de Um Dia de Fúria, eu acabei imaginando que se tratava de um daqueles filmes ótimos para o estresse, retratando um cara que teria se cansado de levar desaforo pra casa e decide começar a sentar a porrada. Mas eu estava errado.

Get some shooting lessons, asshole
Um Dia de Fúria, ou Falling Down, mostra o dia de um homem aparentemente comum que de uma hora pra outra decide sair do seu carro no meio de um engarrafamento e ir caminhando até o aniversário de sua filha, tratando violentamente de todos os defeitos da sociedade que surgem na sua frente. Sua trajetória inesperada e incomum acaba confundindo a polícia, mas começa a chamar a atenção de um policial quase aposentado que decide tentar resolver o caso pessoalmente.
Apesar de realmente mostrar um cara que decide se revoltar contra os pequenos abusos que todo mundo sofre no dia-a-dia, algo que não costuma ser mencionado em todos os vídeos do filme pelo youtube é que William Foster, ou Bill, ou simplesmente D-fens, na verdade é um psicopata. No meio de toda a revolta contra o trânsito na rua e o hamburguer enganoso do fast-food, Bill também telefona para sua ex-mulher, com quem já possui uma restrição judicial de 30 metros de distância, para amedrontá-la e ameaçá-la. Mesmo seguindo um certo código de conduta, é possível notar uma certa crueldade e insanidade do personagem durante o trato das pessoas injustas e irritantes no seu caminho. Então, longe de ser uma peça de comédia ou de ação ou uma mistura de ambas, Um Dia de Fúria acaba sendo um filme trágico, especialmente no final.
Do elenco eu realmente só reconheço o Michael Douglas, que faz uma excelente interpretação do explosivo Bill Foster. Os cenários do filme mostram uma cidade de Los Angeles infernalmente quente e repleta de traços multiculturais que no começo do filme chegaram a me fazer pensar que a revolta do protagonista era dirigida aos pobres e aos imigrantes da cidade, mas isso seria uma interpretação equivocada. Foster, apesar de se mostrar defensor do velho sentimento americano, realmente explode na mão de qualquer um que se coloque no seu caminho, sem distinções de cor ou de classe social.

Se procuram um desses filmes de suave vingança social, creio que Um Dia de Fúria não é o lugar certo.

Um comentário:

  1. BRAVOOOOO! BRAVISSIMO!!!! Otimo texto, tambem tive a mesma impressão antes de ver esse filme... O foda é que a soma de Los Angeles + Violencia Gratuita = Sucesso.

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