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quinta-feira, 21 de março de 2013

Filme nº 77: 300

Alguns anos atrás eu andava pelo shopping com uma menina enquanto esperávamos a hora da nossa sessão de cinema, quando passamos em frente a uma dessas lojas de eletrônicos, em cujas televisões de altíssima definição pra época estava passando o filme 300. Sem nunca ter assistido, eu comentei com ela 'olha esse bando de louco indo pra guerra de sunguinha', despertando a ira de um vendedor gordinho que estava por perto, que replicou indignado algo que já não consigo me lembrar. Nós saímos de perto, obviamente, mas eu fiquei pensando 'é, 300 deve ser um filme muito bom pro cara ter ficado tão ofendido'. E é mesmo.

THIS. IS. SPARTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!
300 é uma adaptação da HQ homônima de Frank Miller, que retrata a heroica participação espartana na batalha das Termópilas, na qual 300 guerreiros espartanos liderados pelo rei Leônidas conseguiram segurar o massivo exército persa no mesmo local durante dias. Num núcleo menor do enredo, a rainha Gorgo tenta convencer os líderes espartanos a autorizarem a mobilização de todo o exército da cidade-estado. 
Como deu pra ver, o enredo é bastante simples. O que faz de 300 um excelente filme é a sua execução primorosa, com uma fotografia incrível e épicas cenas de batalhas que usam e abusam dos efeitos de slow motion e do fundo verde; além do tom quase mitológico que o filme adquire ao retratar oráculos, criaturas bizarras e feras gigantescas. E o exército persa é o principal responsável por isso, visto que ele é retratado como um verdadeiro freak show no melhor estilo Orientalista de Edward Said.
A desumanização do exército inimigo não é algo novo ou incomum no cinema. Num dos primeiros filmes do blog, Sucker Punch, eu havia chamado atenção para o clichê que é retratar o exército alemão como um bando de robôs malignos. Em 300, os persas são descaradamente retratados como deformados e degenerados, isso quando não estão com o rosto completamente coberto. Sem mencionar o Rodrigo Santoro como uma bichona careca de três metros massageando o Leônicas (tributo à: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=30397748). Bom, mas nesse caso em especial, a desumanização até que contribuiu positivamente para a premissa do filme, em vez de ser apenas um elemento ridículo dele.
É claro que eu não poderia deixar de mencionar a infinidade de cenas e quotes eternos que contribuem para a explosão de testosterona que é o filme. Desde o famosíssimo 'THIS IS SPARTAAAA' seguido do chute, até a belíssima cena dos espartanos empurrando os persas para o precipício e a furiosa previsão alimentícia de Leônidas ao afirmar que naquele dia, todos jantariam no inferno.

De agora em diante, eu juro que se um dia ouvir um desavisado dizendo que os espartanos são 'um bando de louco de sunguinha' eu também vou ficar puto.

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