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quarta-feira, 13 de março de 2013

Filme nº 71: Mal Dia Para Pescar

Mais uma vez explorando os filmes cisplatinos sob a indicação do James, um assíduo leitor desse blog e mestre do cinema uruguaio. Ao contrário do Banheiro do Papa (aliás, Habemus Papam!), Mal Dia Para Pescar é um filme onde o lado cômico se sobressai sobre os aspectos trágicos e dramáticos, consequentemente sendo uma experiência bem mais leve e divertida. Não que seja uma comédia escancarada, mas simplesmente é possível sentir todo o humor e ironia que vive no interior do filme.

Se está sem sorte, melhor não ir pescar
Mal Dia Para Pescar conta a história de Príncipe Orsini, um vigarista que reivindica uma duvidosa ascendência nobre europeia, e seu parceiro/principal ferramenta de trabalho, Jacob van Oppen, um alemão ex-campeão mundial de inúmeras categorias de luta livre. Juntos, eles percorrem a América do Sul promovendo exibições das habilidades físicas do lutador e lançando um desafio que promete um prêmio de mil dólares àquele que conseguir durar três minutos no ringue com o grandão. O que nem o público nem o próprio van Oppen sabem é que esses desafios são sempre previamente combinados por Orsini, que sequer tem a quantia para o prêmio. A dupla se encontra num impasse quando, durante uma passagem por uma pequena cidade do Uruguai, Jacob é desafiado de verdade por um homem que aparenta ter todas as condições para vencê-lo. Certo de que seu lutador não tem a menor chance, Orsini tenta desesperadamente encontrar um jeito de escapar dessa situação, tendo a população local, a imprensa e o próprio Jacob na pressão pela ocorrência da luta.
Já começando na cena final, ao mostrar um grande tumulto no local da luta e a retirada de um lutador à beira da morte, o filme deixa em aberto o resultado do tão esperado embate, reservando ao espectador a mesma ansiedade que o Príncipe Orsini vive por todo o enredo. Enquanto aguardamos o desfecho, o filme mostra a trajetória de Jacob e Orsini na cidade de Santa Maria, revelando o lado vigarista do primeiro e a natureza doente, cansada e quase infantil do segundo. A química entre os dois personagens, que sempre conversam em inglês, é o principal combustível da trama, mostrando a relação de dependência que eles tem entre si, visto que só possuem um ao outro. 
Além do enredo original e dos ótimos personagens, Mal Dia Para Pescar também apresenta uma excelente fotografia e trilha sonora, criando perfeitamente o clima de uma cidade pequena latino-americana em algum lugar da década de 1960. Não é atoa que ele é premiadíssimo no Uruguai e por todo o mundo, recebendo prêmios em Cannes e sendo o candidato à Oscar de melhor filme estrangeiro em 2009.

Muito bom, pena que seja praticamente desconhecido do público brasileiro.   

2 comentários:

  1. Aí Nelson man! sabia que ias gostar... Meu conhecimento sobre cinema uruguaio acaba por aqui mesmo...agora tenho que me atualizar. hehehe Otimo texto! Conseguiu transmitir o filme por completo e o melhor... sem spoillers... kkkkkkk abraçoooo!

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  2. Eu gostaria de saber onde o james acha esses filmes kkk
    Fiquei curioso. É certo que o verei.

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