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segunda-feira, 18 de março de 2013

Filme nº 74: Beasts of The Southern Wild

Primeiramente gostaria de justificar os dois dias de atraso para postar o comentário desse filme. Pela primeira vez no ano, fiquei totalmente sem clima pra filmes. A falta de ter do que escapar durante as férias meio que tira um pouco do apelo de assistir um filme por dia. Acabou que fiquei devendo o filme de ontem e esse post que estou publicando agora. Enfim. Mais uma vez assistindo um filme sob influência dos Oscars pelos quais ele foi indicado. No caso de Beasts of the Southern Wild (cujo nome em português destrói muito do significado), das quatro indicações ao Oscar recebidas, a mais notável sem dúvida é a de melhor atriz, dada à Quvenzhané Wallis (sim, esse é o nome), de apenas 9 anos, sendo a atriz mais jovem a ser indicada ao Oscar. E como não poderia deixar de ser, sua personagem é o aspecto que mais chama a atenção em todo o filme.

WHO'S THE MAN? I'M THE MAN
Beasts of the Southern Wild retrata a vida de uma comunidade situada numa ilha no meio de uma barragem no sul dos Estados Unidos, separada do resto do mundo por um dique. Conhecida como 'Bathtub', essa comunidade é o lar de Hushpuppy, protagonista e narradora, e seu pai Wink, um homem que, apesar do temperamento forte e da saúde frágil, ainda consegue manter o instinto paterno. A relação entre os dois é o ponto central da história, com o pai ensinando sua filha como ser forte e dura o suficiente para enfrentar a vida, tendo a secreta consciência de que não estará por perto por muito tempo. Hushpuppy, por sua vez, acrescenta um tom de fábula à história, misturando sua difícil realidade com elementos tão distantes à Bathtub quanto grandes feras pré-históricas e as calotas polares.
Pra quem está acostumado com o cinema brasileiro, a retratação da miséria não é algo surpreendente. Mas ver isso no cinema americano foi realmente diferente, visto que eu não seria capaz de supor que existisse tal nível de pobreza e precariedade material dentro das fronteiras dos Estados Unidos. Os moradores de Bathtub dependem da pesca e da criação de animais para sua sobrevivência, sempre torcendo pra que as tempestades que assolam a ilha não a deixem alagada por muito tempo. E é no meio da lama, das galinhas e dos carregamentos de caranguejos e camarões que Hushpuppy vive sua infância com outras crianças num estado animalesco no melhor estilo naturalista de literatura. 
Mas enfim. Eu não amei e também não odiei, mas certamente o filme nos proporciona uma experiência diferente. O universo fantasioso de Hushpuppy, com a elevação da sua realidade para um patamar fantástico e até mesmo existencial, aliado aos métodos que Wink utiliza para transformar precocemente sua filha em gente grande, capaz de sobreviver às adversidades e seguir a tradição de autonomia e força da sua comunidade, a qual, dentre outras coisas, não permite choro em funerais.
Eu confesso que o final me deixou um pouco confuso. Eu estava um pouco sonolento e o filme estava num daqueles momentos onde não se sabe o que é realidade e o que é fantasia, então eu meio que não saquei o que aconteceu em certos momentos. 

De vez em quando é cansativo manter um blog com postagens diárias, mas vou tentar normalizar a situação.

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