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sexta-feira, 1 de março de 2013

Filme nº 59: 2 Coelhos

Não sei se alguém ainda lembra do post inaugural desse blog, no qual falei que num período de mais ou menos dois anos eu podia contar nos dedos as vezes em que fui ao cinema, mas eu realmente falei sério ali. Uma das poucas vezes que rompi o jejum nesse período foi justamente pra assistir 2 Coelhos em 2011, tamanho o interesse que ele despertou em mim na época, a ponto de me fazer ir sozinho ao cinema (o que é deprimente). Por tê-lo assistido a relativamente pouco tempo, eu não estava pensando em incluí-lo na minha lista desse ano, pelo menos não tão cedo. Mas ontem, quando meu amigo tinha acabado de ver pela primeira vez e estávamos conversando sobre os detalhes, eu percebi o quanto eu já tinha esquecido do filme, e decidi que eu realmente precisava rever o quanto antes.

Matar dois coelhos numa caixa d'água só
O filme conta uma história nada linear acerca de um cara com um plano de vida bem determinado. Por razões que só são explicadas no decorrer do filme, Edgar monta um estratagema com o objetivo de destruir um chefão do crime organizado e um deputado estadual corrupto num ataque só, ou, nas palavras do próprio Edgar, matar dois coelhos numa caixa d'água só. Eu lembro que na primeira vez que assisti, eu saí do cinema com a opinião de que era um filme bem inteligente, mas não genial. Já hoje, depois de prestar atenção em vários detalhes que eu não havia notado da outra vez, eu percebo que esse filme compete de igual pra igual com, por exemplo, os filmes do Guy Ritchie, com uma dose extra de niilismo.
Apesar de não ser nenhuma bomba no que diz respeito ao cinema mundial, 2 Coelhos realmente trás uma série de coisas que não estávamos acostumados a ver no cinema brasileiro, para o bem e para o mal. Por exemplo, enquanto o uso de recursos gráficos torna o filme dinâmico em vários momentos, o exagero dos mesmos em uma ou duas situações faz com que a cena pareça nada mais do que um instrumento apelativo para atrair o tal do público jovem. Isso mais uns dois personagens pouco construídos na trama são minhas únicas reclamações do filme.
Todos os elementos restantes podem ser considerados pontos fortes: o enredo elaborado, os personagens cheios de personalidade e muito bem interpretados pelo elenco (com destaque para o Maicon), a estrutura narrativa, os diálogos, a fotografia, a trilha sonora, o final surpreendente e a deliciosa da Alessandra Negrini num papel que se aproveita muito bem do adjetivo. Enfim, razões não faltam pra eu colocá-lo na minha estantezinha de favoritos.

Uma boa injeção de novidade no cinema brasileiro.




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