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segunda-feira, 18 de março de 2013

Filme nº 75: Laranja Mecânica

Tentando recuperar o vigor do projeto, hoje decidi ir direto num dos filmes mais marcantes do cinema. Não, eu nunca havia assistido Laranja Mecânica antes e, pra variar, sempre mantive uma certa desconfiança acerca da idolatria e de todas as imagenzinhas postadas na internet. Felizmente dessa vez eu consegui encontrar razões suficientes que fazem desse filme um verdadeiro clássico, embora ele provavelmente seja muito bem conhecido por aí pelas razões erradas. 

Os 40 minutos que ficaram famosos pelo filme inteiro
Laranja Mecânica é um escandaloso filme de Stanley Kubrick lançado em 1971. O enredo se passa numa espécie de futuro distópico e centra-se na vida de Alexander DeLarge, um jovem que, apesar da boa educação e situação financeira, possui uma segunda vida como líder de um bando de jovens violentos e delinquentes que saem por aí espancando homens e estuprando mulheres, além de alguns atos niilistas. Eventualmente, Alex acaba sendo preso, tornando-se candidato para um método experimental desenvolvido pelo governo com o objetivo de inibir o mal das pessoas através de intensa terapia. Aparentemente curado da sua índole violenta, Alex se encontra perdido num mundo em que é incapaz de qualquer ato de sexo e agressão, recebendo a ira vingativa de todos os que ele afetou em seu passado.
O filme sem dúvida é excelente, com uma grande atuação de Malcolm McDowell, uma boa trilha sonora (embora o uso indiscriminado da música clássica às vezes faz com que o filme pareça um episódio de Tom & Jerry) e inúmeras cenas imortalizadas no cinema. Os diálogos também são um ponto forte, havendo quase um dialeto próprio durante as cenas iniciais da gangue (além das palavras inventadas, eu quase tive que assistir o filme com um dicionário na mão). 
Mas, obviamente, o que mais chama atenção são as polêmicas que o filme coleciona. A violência física é menos presente e menos intensa do que eu imaginava, mas o que de longe desperta mais polêmica são as cenas de estupro (ou tentativa de estupro), além de uma imensa alegoria de gente pelada e objetos fálicos. Eu não estou familiarizado com o livro de Anthony Burgess, portanto não sei até que ponto todo esse apelo sexual seria fruto da adaptação de Kubrick, que sem dúvida chocou a audiência.
Algo interessante que eu notei foi o fato de 99% das coisas relacionadas ao filme que circulam (exaustivamente) pela internet pertencerem aos 40 minutos iniciais (num filme que dura 2h e 11 minutos), nos quais temos o Alex ultraviolento e sua gangue estuprando ao som de Singing in The Rain. Jovens inteligentes + música clássica + violência realmente parece ser uma combinação bem comercial pra vender camisas, fazer imagens cheias de tipografia e compartilhar fotos, o negócio é que, com exceção das cenas em que Alex é colocado naquela cadeira de força pra assistir os filmes do experimento, o restante do filme é absolutamente ignorado nessa idolatria toda. Eu considero isso um grande erro, visto que o meio e o fim do filme são muito mais profundos que o início, apresentando uma série de questões que valem alguma reflexão.

2 comentários:

  1. Esse é um exemplo de um filme que me impactou bastante... Mas por encreça que parivel, quanto mais eu o assisto, menos eu gosto dele...

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  2. Pior que não é um filme muito agradável. É ótimo, mas o fator replay é baixo.

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