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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Filme nº 31: Gran Torino

Fico muito feliz por não ter demorado muito a surgir o primeiro filme excelente a ser comentado aqui no blog. Deixo claro que não foi o primeiro bom filme que assisti esse ano, tive ótimas experiências com Sin City, Joyeux Noel, The Good German e Django Livre; e espero ter paciência pra comentar algumas coisas sobre esses filmes mais tarde. Mas enfim. Essa foi a primeira vez que entro em contato com alguma obra de Clint Eastwood, seja como ator seja como diretor, e realmente lamento por ter demorado tanto, visto que ele é brilhante em ambas as funções.

GET OFF MY LAWN
Gran Torino mostra de uma maneira bem original o choque entre tudo o que representa o bom e velho American Way of Life e o atual estado de decadência do país, através do microcosmo das cidades industriais de Michigan e a forma como seus bairros foram tomados seja pelos imigrantes, seja pelo abandono. Walt Kowalski em muitas partes me lembra o que eu sou e em outras me lembra o que eu quero ser: um homem teimoso e morador de um isolamento quase auto-inflingido, que não se conforma em ver tudo o que ele teve à sua volta se desintegrando aos poucos. Lendo a ficha de cowboys, soldados, detetives e ladrões que Clint Eastwood já interpretou, eu consigo entender de onde ele tira toda essa postura de durão pra encarnar esse senhor que não reluta em mirar seu rifle no primeiro asiático malandro que se meter a pisar no seu gramado, com um tom de voz que não só deixaria o Batman de Nolan no chinelo como também o faria dizer 'Sim, senhor'.
O bom do filme é que ele não se deixa depender apenas da notável presença do Eastwood, conseguindo construir personagens interessantes em cima da comunidade Hmong, a qual começa sendo vista com aversão pelo protagonista, mas aos poucos conquista sua simpatia. Não só pelo Walt Kowalski, mas por mim também, que fiquei tão puto quanto ele, e exigi uma conquista tão cuidadosa quanto.
O final foi um tanto quanto inesperado pra mim, pelos seguintes motivos:

Spoiler Alert
Eu não mando spoilers nesse blog.

Enfim, espero poder comentar filmes tão bom quanto esse com mais frequência por aqui.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Filme nº 30: Sucker Punch

Eis um filme que eu estava afim de ver desde a época em que estava em cartaz no cinema. O engraçado é que eu já estava com ele baixado no computador a pelo menos uma semana, mas fui passando vários outros filmes na frente dele. Sem dúvida foi uma injustiça com essa obra notável do Zack Snyder. Mas enfim. Tão velhos quanto a minha vontade de ver o filme eram os feedbacks negativos ou pouco impressionados que eu recebi de quem o assistiu. Agora que assisti, eu posso entender alguns e analisar outros.

Sem dúvida não é um filme para os amantes da lógica e da realidade.

Pra começar, a protagonista. Eu não sei se era a intenção do Snyder fazer a Babydoll de uma forma tão inexpressiva e sem personalidade, mas de toda forma essa postura se encaixou perfeitamente com a falta de falas importantes (ou mesmo falas de toda espécie) que a protagonista do filme possui. É até estranho dizer que a personagem da Emily Browning é a protagonista. O mais adequado seria dizer que quem protagoniza o filme são os devaneios da Babydoll, que constroem todos aqueles cenários idílicos nos quais aquele esquadrão de carinhas bonitas combaterão uma infinidade de inimigos desumanizados que possuem aquela típica burrice de inimigos em massa. Isso nos leva aos combates, que deveriam ser o ponto alto do filme, mas que são prejudicados pela burrice inimiga já mencionada e à invencibilidade das garotas, que me impedia de esperar qualquer coisa das lutas além da vitória incontestável delas.
Bom, mas e aí: eu gostei ou não gostei desse filme? Depende do que estamos avaliando. O enredo sem dúvida não faz o menor sentido, até porque provavelmente é essa a intenção do filme, por se tratar 99% de devaneios da Babydoll. Mas eu não consigo dizer que eu não gostei do filme. Principalmente porque eu fui conquistado pela excelente trilha sonora e pelos lindos cenários, tanto nas partes simples quanto nas partes recheadas de fundo verde. É, eu sou o tipo de cara que pode ser fisgado pelos olhos e ouvidos.

Filme nº 29: X-Men First Class

Aproveitando aquela vontade de mostrar serviço típica dos primeiros dias de trabalho, vou começar o blog comentando o filme do dia de ontem, que por conta de alguns imprevistos eu acabei terminando de assistir só hoje.

James McAvoy e o jato que pareceu não incomodar ninguém durante um episódio de  quase-guerra.

Bom, vamos lá. Passando uma breve ficha técnica do filme: foi dirigido por Mathew Vaughn, o qual tem dedo ao mesmo tempo em filmes que eu amo (Snatch e Lock, Stock and Two Smoking Barrels) e em filmes que, qualé, sério mesmo? (Kick-Ass e Stardust). O filme conta com um James McAvoy estranhamente familiar pra mim (olhei a ficha dele e não lembro de ter visto nenhum dos outros filmes) interpretando o Professor Xavier em sua época de carisma excessivo, cabelos e não-paraplergia; Michael Fassbender como um Magneto procurando vingança e um pouco de personalidade (estava em falta), e Kevin Bacon como o principal antagonista. O resto do elenco merece pouca ou nenhuma menção.
Eu não sou nenhum especialista em Marvel e nem pretendo me embrenhar muito nesse campo, mas X-Men First Class me pareceu um filme problemático em diversos aspectos. Sendo o primeiro filme de uma onda de refilmagens que a Marvel vem fazendo pra limpar a bagunça que as trilogias anteriores fizeram com seu universo, a comparação com os filmes predecessores é inevitável. E no caso de X-Men, os atores mais veteranos dos filmes antigos fazem um pouco de falta, porque nenhum dos atores desse filme conseguiu me convencer, com a ligeira exceção do Kevin Bacon, que não contava com o melhor dos papeis. Os personagens do Magneto e do Professor Xavier foram mentalmente rejeitados por mim no decorrer do filme, mas isso é provavelmente pelo fato deu normalmente associar seus personagens às figuras geriátricas que normalmente são, e não aos dois atores jovens. 
O desenvolvimento dos personagens também foi feito de uma forma meio desleixada, especialmente quando eles começam recrutar mutantes aleatórios pra uma so-called missão importante da CIA (inclusive a personagem agente da CIA fazendo aparições e desaparições inexplicáveis no decorrer do filme). A excreção de meia dúzias de frases clichês no decorrer do filme também não ajudou. O background histórico, que prometia ser um dos atrativos do filme pra mim, construiu uma Guerra Fria baseada no senso comum, num mundo onde os Estados Unidos e a União Soviética ficam a um passo da guerra nuclear por conta de duas ou três pessoas dominadas por telepatas em cada um dos lados.

Bom, deu pra notar que o filme não me encantou muito. Eu tinha decidido assistir X-Men depois de assistir uns três filmes mais ou menos alternativos, quando meu corpo passou a pedir alguma coisa mais clichê e hollywoodiana pra contrabalancear. Mas pelo visto eu exagerei.

Olá.

Se, à época que eu publiquei meu último post num blog, eu soubesse que ficaria tanto tempo sem escrever, eu provavelmente teria continuado aquele exercício de verborragia e exposição da minha vida que era a minha antiga rotina de blogueiro. Bom, não continuei. E lá se foram quase 3 anos sem escrever nada que não fosse acadêmico ou que tivesse mais de 140 caracteres. 
Hoje, reinicio minha estadia aqui no blogger com um propósito diferente de só relatar episódios tragicômicos da minha vida (que até hoje são frequentes). Pra justificar a escolha da temática desse blog, é preciso voltar ao começo desse ano: seguindo o exemplo do meu mentor televisivo e cinematográfico, Raul Paiva, decidi que a minha meta para 2013 será tentar assistir um filme por dia, totalizando trezentos e sessenta e cinco filmes no dia 31 de dezembro. Me conhecendo da forma como eu me conheço, eu sei que os riscos de abandonar o projeto no decorrer do ano são muito altos, mas até agora tem dado certo. Até o dia de hoje, 30/01, já assisti 29 filmes (o 30º filme será assistido -e comentado- jajá). Dentro de quase um mês de filmes não comentados, existem alguns que merecem seus comentários tardios. Tentarei fazer isso na medida do possível.
A escolha dessa meta não é por eu ser nenhum moviefreak. Muito pelo contrário, até hoje eu sou um cara que fica de fora da maioria das rodinhas de conversa sobre filmes, por não ter assistido até hoje a maioria dos grandes clássicos do cinema. Eu provavelmente posso contar nos dedos as vezes em que fui no cinema nos últimos 3 anos, por motivos que vão desde à minha solteirice até a pura e simples falta de interesse na maioria dos filmes em cartaz. Bom, eu pretendo mudar isso, e até o fim do ano eu espero já ter me tornado uma pessoa que possa opinar uma coisa ou duas sobre filmes com certa propriedade (também espero abandonar a solteirice, se isso não fizer mal à ninguém).
A ideia de criar esse blog foi tão espontânea quanto a ideia dos 365 filmes. Achei que seria uma boa ter um lugar fixo onde eu pudesse escrever minhas impressões e comentários sobre os filmes que eu venho assistindo, além disso ser uma excelente oportunidade para voltar a escrever qualquer merda com alguma periodicidade.
Basicamente é isso o que eu tenho a dizer antes de começar a atirar minhas opiniões diariamente (pelo menos espero que seja diariamente). Esse blog não tem nenhuma intenção humorística como o último que eu tinha. Mas, se tratando de mim, sei que não vou resistir à tentação de tentar por um risinho no canto da boca de quem quer que se atreva a ler isso aqui.

Bons filmes.