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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Filme nº 52: Inteligência Artificial

Acho que todo mundo sempre traz da infância várias lembranças não muito claras acerca de filmes que nós assistimos não muito atentamente, mas mesmo assim carregamos as opiniões do momento pelo resto da vida, seja pra um filme que consideramos bom, seja pra um considerado ruim. É sempre bom rever esses filmes alguns anos depois (nesse caso, 12 anos depois) e poder constatar sob a ótica da sua maturidade se eles realmente eram bons ou ruins, e foi isso que fiz hoje com Inteligência Artificial. 

Uma das caras mais sofridas de Hollywood nos anos 90
O filme se passa num futuro distópico onde o oceano engoliu as principais cidades costeiras do planeta e a humanidade precisou recorrer ao uso de vida artificial para diminuir o consumo de recursos e aumentar a produtividade. A estória começa quando uma das grandes empresas desenvolvedoras de androides, a Cybertronics, decide colocar em teste um projeto de vida artificial capaz de amar. É aí que entra David, a criança robô que passa a viver com a família de um funcionário da Cybertronics, cujo filho biológico encontrava-se em estado vegetativo. David então é programado para amar incondicionalmente sua 'mãe', Monica, que nunca conseguiu se adaptar totalmente com isso. A situação de David torna-se cada vez mais insustentável quando o filho o qual ele substituída recuperou-se de sua condição e voltou pra casa, fazendo com que ele logo fosse abandonado no mundo por sua família. A partir daí, David inicia uma jornada em busca de uma maneira inexistente para tornar-se uma criança real e assim poder retornar para a mãe que ele tanto ama.
Assistir esse filme depois de tanto tempo apenas me fez confirmar que o que ele tem de bom ele tem de triste. Haley Joel Osment realmente sabe incorporar a expressão do coitadismo e da tristeza histérica, assim como fez em O Sexto Sentido (outro filme que me baseio apenas em lembranças distantes). O filme retrata um mundo onde a condição de um ser artificial é ao mesmo tempo necessária e indesejável, fazendo com que eles sejam alvos constantes de abandonos e agressões. Infelizmente, o contexto desse universo é pouco aprofundado, mas esse não era o objetivo do enredo. Outro ponto ligeiramente negativo são alguns poucos furos na estória e uma participação um tanto confusa do personagem de Jude Law que, apesar de carismático, não tem um encaixe muito claro no filme.
Existe, no entanto, algo que eu não consigo entender. Apesar do filme ter sido um sucesso de público e crítica, ele logo foi esquecido, mesmo com todo o potencial para se tornar um clássico. Pouquíssimas pessoas que não tiveram a chance de vê-lo no cinema em 2001 conhecem o filme hoje em dia, e isso é muito estranho. Para os que nunca assistiram, eu recomendo bastante.

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