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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Filme nº 44: Flags of Our Fathers

Como alguns de vocês já devem ter visto no post sobre Gran Torino, eu realmente estou virando um pequeno entusiasta dos filmes dirigidos pelo Clint Eastwood (obviamente também estou virando um entusiasta dos filmes em que ele atua, mas essa é uma lista bem mais extensa e mais difícil de acompanhar). Já tendo gostado muito de Gran Torino e seus recursos relativamente modestos, eu estava ansioso pra ver o que Eastwood faria com um projeto ambicioso e cheio de efeitos especiais. E o resultado não poderia ter sido melhor em Flags of Our Fathers.

Manual de como fabricar um símbolo
O filme faz parte de um duplo release que retrata a batalha de Iwo Jima tanto pela ótica dos americanos quanto pela dos japoneses. Cartas de Iwo Jima, seu irmão gêmeo e narrador da metade japonesa, é o filme que eu pretendo assistir amanhã. Mesmo com minha pequena experiência com filmes de guerra, eu enxergo que a iniciativa de retratar uma guerra sob a perspectiva dos dois lados é algo bastante incomum nesse setor predominantemente ufanista do cinema, o que torna esse trabalho ainda mais excepcional.
A metade americana desse release gira em torno da repercussão que uma simples foto do cenário de guerra adquire dentro dos Estados Unidos, levantando a moral da população em casa e dos soldados que ainda estão nos campos de batalha. O filme gira em torno da vida dos três únicos soldados da foto que sobreviveram à guerra, e da forma como a popularidade e os problemas da fama repentina afetaram cada um deles. 
Longe de ser ufanista, o filme ressalta todos os problemas que rondavam a iconização do momento retratado na imagem, como o fato de essa ser a segunda vez que os soldados hasteavam a bandeira americana em cima da montanha, o fato de o ato não representar a vitória final da batalha, que estava apenas começando, além da falta de créditos aos soldados que realmente participaram do momento e a atribuição de homenagens a soldados que não chegaram a participar.
Não bastasse a retratação de um tema historiográfico delicado, o filme ainda conta com excelentes atuações e cenas de guerra incríveis. A construção do clima nacional americano durante a década de 1940 também é muito bem feita, abordando a fabricação de símbolos e heróis, sejam eles verdadeiros ou não, para aumentar o apoio popular à guerra; algo que ainda é bastante atual.

Ainda estou na metade da estória, mas já tenho certeza de que estou diante de uma obra genial.

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