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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Filme nº 49: Lost In Translation

Vou começar esse post comentando minha provável arbitrariedade quando se trata de traduzir ou não o nome dos filmes. Bom, a minha lógica é simples: se a tradução mantém ou melhora o título do filme, eu traduzo. Não existe razão além do pedantismo pra dizer que assisti Black Swan, Planet Horror ou Letters from Iwo Jima. Agora, se o Hebert Richards, estando num dia inspirado, decide rebatizar o filme de uma forma completamente distinta e desnecessária, eu me sinto na obrigação de ficar com o título original. E esse é exatamente o caso de Lost In Translation, cujo título expressa as palavras e mensagens que são perdidas no processo de tradução de um idioma para o outro (valeu, Capitão Óbvio), algo muito presente no enredo do filme. Ironicamente, a tradução do título para Encontros e Desencontros acaba sendo apenas mais um exemplo de lost in translation.  

O encontro de dois vazios
O filme conta a história da estadia de Bob Harris e Charlotte em Tóquio. O primeiro, um famoso e envelhecido ator americano que vai ao Japão sem a sua esposa e seus filhos para gravar uma série de comerciais e fugir um pouco da sua família, mas acaba se deparando com sua dificuldade de entender e ser entendido no país. Charlotte, por sua vez, acompanha o marido fotógrafo numa viagem de trabalho, ficando sozinha a maior parte do tempo no quarto do hotel (mas que pecado) e embarcando numa série de desentendimentos que a fazem questionar se ela está onde gostaria de estar.
As histórias desses personagens logo se cruzam e, com o passar do tempo, eles conseguem encontrar um no outro um refúgio para o vazio e a solidão que os domina. Acho que, por parecer muito, é importante ressaltar que não se trata de uma história de amor, pelo menos não na minha visão. Eu realmente torci o filme inteiro pra que o relacionamento dos dois não desaguasse em algo amoroso, pois isso meio que estragaria a relação de companheirismo e complementabilidade construída ao longo do filme. Se saí frustrado ou não, prefiro não mencionar, já que não mando spoilers.
Lost in Translation é o que eu chamo de 'filme feromônio': os diálogos são predominantemente escassos e simples, e a maior parte das sensações e emoções são transmitidas no silêncio dos gestos, olhares e expressões dos personagens principais. Ou seja, é preciso ter um pouco de tato pra captar tudo isso, algo que geralmente só as mulheres deixam ligado o tempo inteiro (e por isso eu vejo o filme fazer mais sucesso entre o público feminino).

Sem dúvida foi uma boa experiência. 


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