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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Filme nº 134: Strangers On A Train

É engraçado ter assistido inadvertidamente a paródia de um filme antes de assistir o filme primordial. A vítima, é claro, acaba sendo o último, pois o enredo já não parece tão original quanto deveria. Esse foi o caso de Strangers on a Train, filme de Alfred Hitchcock cujo enredo descobri sem querer na comédia Throw Mamma From The Train. Mas isso não chegou a estragar o filme.

You do my murder, I do yours. 
Strangers On A Train conta a trágica história resultante de um mero encontro entre dois estranhos durante uma viagem de trem. Guy Haines é um tenista em ascensão que está tendo problemas com sua ex-esposa interesseira que se recusa a assinar o divórcio pra que ele possa assumir seu relacionamento com a filha de um senador. No meio de uma viagem de trem, ele conhece Anthony Bruno (cujo ator infelizmente morreu pouco após o filme), um playboy que julga ter inúmeras ideias para um crime perfeito. Uma de suas teorias envolve dois homens estranhos entre si que concordam em cometer o assassinato um do outro, o que, no caso deles, seria Bruno assassinar a incômoda esposa de Haines enquanto este assassinaria seu pai. Haines obviamente não leva o desconhecido a sério e, ao ser perguntado se gostava da ideia, diz que 'sim' sem pensar. O que Haines não desconfiava era que havia acabado de dar o aval para Bruno colocar sua ideia em prática. Ao descobrir pouco depois que sua esposa havia sido assassinada, Haines começa a ser perseguido por Bruno, que cobra o cumprimento do restante do 'trato' sob ameaça de incriminar o tenista pelo assassinato da esposa, para o qual não lhe faltava motivos.  
Lançado em 1951, Strangers On A Train desbanca o original de The Ladykillers no posto de filme mais antigo que assisti esse ano (e se pá nessa vida). Mas não deu pra sentir qualquer falta dos recursos que o filme por ventura não possui. Pelo contrário, eu realmente fiquei impressionado com algumas atuações, enquanto a aparência do filme é impecável, contando com alguns recursos de filmagem bem interessantes, especialmente durante o assassinato de Miriam. O enredo também é bastante criativo e, apesar de ter entrado em contato com a paródia antes do original, o mérito vai todo para Hitchcock, que faz questão de transparecer seu próprio fascínio pessoal por assassinatos através de seus personagens, que conversam entusiasticamente sobre o tema.
Mas justiça seja feita: o filme possui muitos defeitos. Além da óbvia distorção da realidade feita para tornar possível a impunidade de Bruno ao longo do enredo, o filme se alonga muito mais do que o necessário para resolver seus próprios conflitos, o que acaba resultando num final absolutamente maluco, e não no bom sentido.

Nota: 8,5

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