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sexta-feira, 3 de maio de 2013

Filme nº 112: Memento

Existem por aí toneladas de filmes que você dificilmente consegue entender na primeira assistida. Cheguei a arriscar alguns deles esse ano, tendo entendido uns e outros não. Na dúvida, preferi evitá-los a maior parte do tempo, visto que esse ano nenhum filme está ganhando uma segunda chance de ser compreendido, e eu não gostaria de injustiçá-los. Ignorando tudo isso, decidi assistir Memento munido de um senso de aventura que me surgiu na hora. E me dei bem.

You know, I have this condition..
Memento conta a história de Leonard Shelby, um investigador de uma companhia de seguros que sofre um grave dano cerebral num episódio no qual sua mulher é estuprada e assassinada durante uma invasão à casa do casal. Leonard consegue matar o agressor, mas é apagado por um segundo homem. Durante a investigação, a polícia não acredita na existência de um segundo agressor e dá o caso por encerrado. Resta a Leonard procurar o agressor por conta própria, porém o dano cerebral sofrido no episódio faz com que ele seja incapaz de gerar novas memórias a partir da tragédia, esquecendo constantemente do que acabou de presenciar (como a Dolly de Procurando Nemo, só que mais grave). Com o tempo, Leonard desenvolve um organizado sistema que permite a ele reter informações importantes através de fotos e tatuagens, e dessa forma ele empreende sua complicada caça ao assassino. Esse sistema, porém, não o impede de ficar sujeito às pessoas que tentam tirar vantagem da sua condição.
O enredo é apresentado de uma forma completamente não-linear, caminhando do presente para o passado com constantes recortes de um passado ainda mais remoto. Assim sendo, o expectador é colocado numa condição semelhante à do protagonista, tendo que juntar os retalhos atemporais do enredo sem saber quais são os personagens que mentem e quais estão dizendo a verdade.
Como segundo trabalho do ainda desconhecido Christopher Nolan (!!!), Memento nos oferece uma história original e inteligente contada de uma forma mais original e mais inteligente ainda. Mesmo tendo o poder da memória, o expectador também é desafiado, sendo constantemente surpreendido pelo real significado dos eventos; que são cuidadosamente construídos em direção a um final completamente inesperado.

E o melhor de tudo: entendi o filme inteiro na primeira assistida.

Nota: 8,5

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