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domingo, 5 de maio de 2013

Filme nº 113: Dirty Harry

Retornando à contagem original de postagens, hoje eu tenho o prazer de apresentar um dos personagens mais interessantes (e o mais frequente) da carreira de Clint Eastwood e, por que não dizer, do cinema. Harry Callahan, mais conhecido na polícia e nas ruas de San Francisco como Dirty Harry (for getting every dirty job that comes along), abandona o arquétipo de oficial da lei certinho e inaugura em 1971 um estilo de filme policial protagonizado por personagens dotados um senso de ética muito próprio, dispostos a fazer o que for preciso em busca de justiça.

You gotta ask yourself one question: 'do I feel lucky?'
O filme começa com o assassinato de uma mulher por um serial killer que se auto intitula Scorpio. Na cena do crime, a polícia encontra uma mensagem do assassino ameaçando matar uma pessoa por dia se a cidade não lhe pagar uma quantia de cem mil dólares, já definindo os possíveis alvos do dia seguinte como 'um padre católico ou um negro'. O caso logo é atribuído relutantemente ao inspetor Harry Callahan, já famoso por sua franqueza e por seus métodos heterodoxos de aplicar a lei.
Uma das coisas que mais interessantes no filme é o abandono da visão idealista de que a lei é infalível. A principal batalha do inspetor Callahan não é nem identificar o assassino e tampouco capturá-lo, mas sim vencer o sistema judicial e as vantagens que o assassino tenta tirar dele. Dirty Harry também deixa de lado o policial absolutamente infalível, fazendo de Callahan um personagem bastante humano, que fica cansado depois de correr, eventualmente apanha, fica atordoado após uma coronhada e continua com o rosto machucado nas cenas seguintes. Ainda assim, o protagonista não deixa de ser um policial eficiente (à sua maneira) e de língua afiada, cumprindo suas funções à qualquer custo enquanto eterniza uma série de frases feitas. O assassino, cuja identidade é rapidamente revelada, é um personagem incrivelmente burro, sendo surpreendente o fato dele conseguir escapar tanto da polícia.
Com mais de 40 anos, o filme possui uma qualidade visual notável, mostrando uma San Francisco ativa e perigosa. O único ponto negativo que levanto nesse aspecto é a grande quantidade de cenas noturnas mal iluminadas. As cenas de ação têm um comparecimento tímido, mas foram capazes de evitar a mirabolância dos tiroteios de munição infinita e das perseguições de carro destrutivas.      

Agora que estou devidamente apresentado ao Inspetor Harry Callahan, tenho mais cinco filmes pela frente.

Nota: 8,0

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