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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Filme nº 129: Adams Aebler

Explorar o cinema de um país relativamente exótico é sempre uma experiência curiosa. Esse ano fiz isso de quando em quando, tendo resultados diversos. Durante a maior parte de Adams Aebler (escrito com aquele A grudado no E, que em português significa 'As Maçãs de Adão'), filme dinamarquês de 2005, eu achei que a experiência não seria boa, tal como ocorreu com o sueco Deixe Ela Entrar. Mas, no fim das contas, o filme justificou a folhinha de Cannes estampada em todos os seus cartazes. 

Se todos escutássemos a razão, o mundo seria um lugar triste de se viver.
Adams Aebler conta a história de Adam Pedersen, um neonazista condenado a prestar serviços comunitários numa igrejinha luterana no interior da Dinamarca. Na mesma situação estão Gunnar, um ex-tenista tomado pelo alcoolismo; e Khalid, um árabe sociopata. Os três estão sob a tutela de Ivan, um pastor de espírito inabalável que acredita estar numa constante luta contra os testes que o diabo coloca diante de si. Disposto a delegar um objetivo para Adam, Ivan o pressiona até que este decida que seu objetivo final será fazer uma torta de maçã. No entanto, a macieira da igreja é constantemente atacada por corvos, lagartas e raios, algo que Ivan interpreta como mais um teste do demônio. Intrigado com o comportamento iludido e morbidamente otimista de Ivan, Adam decide assumir o papel do demônio e testar o pastor até destruir sua mente. 
Superada a agonia de assistir um filme num idioma que você é completamente incapaz de compreender e não sabe se pode confiar nas legendas, Adams Aebler se revelou um filme bem cru e estranho de digerir. A tragédia, a violência e a maldade são elementos constantes dentro do filme, a tal ponto que até os vinte minutos finais eu achei que o filme não passaria de uma grande piada de mal gosto. Mas, sabem como é: um bom final faz um bom filme.
Ainda que Adam não convença muito como neonazista na maior parte do filme, seus personagens são em sua maioria interessantes. Com ênfase para Ivan, que é um personagem confuso que tem uma conduta muito difícil de se entender, mas, assim que as coisas são esclarecidas, é inegável o quanto seu personagem é feito de forma inteligente. 

Para os amantes de gatos: por favor, não assistam o filme. 

Nota: 8,0

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