.

.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Filme nº 121: Léon

As circunstâncias que me fizeram assistir Léon especificamente no dia que assisti foram incomuns e curiosas. Estando sem internet aquele dia, eu procurava por um filme longo o suficiente pra preencher a noite de forma saudável. Dos sete filmes que abri pra assistir, cinco estavam sem legenda e dois com problemas bizarros de visualização. Léon realmente era uma das últimas opções a se considerar, mas no fim acabei feliz por ter acontecido tudo da forma que aconteceu. 

I want love, or death. That's it.
Léon é um filme francês (porém completamente em inglês) de 1994 que conta a história de Léon (Jean Reno), um italiano que trabalha de assassino de aluguel. Ao lado do seu apartamento vive Mathilda (Natalie Portman), uma garota de doze anos que tem uma vida miserável com o pai traficante de drogas, e madrasta indiferente e a meia-irmã cruel, nutrindo afeto apenas por seu irmãozinho mais novo. Um dia, em retaliação a uma trapaça de seu pai, o policial corrupto Stansfield e seus homens invadem o apartamento e assassinam toda a família, com exceção de Mathilda, que havia saído pra fazer compras. Ao voltar pra casa e descobrir o ocorrido, a menina busca refúgio no apartamento de Léon, que a deixa entrar relutantemente. 
Logo Mathilda descobre a profissão do seu misterioso vizinho, e tenta tomar proveito dela para se vingar dos assassinos de seu irmão. Sem qualquer jeito com crianças, amigos ou mesmo pessoas em geral, Léon tenta ao máximo fornecer um lar para Mathilda e tornar-se uma figura paterna para ela, ao mesmo tempo que a ensina os métodos de sua profissão. No processo, o solitário assassino redescobre as sensações de amor e carinho, enquanto Mathilda se apaixona irreciprocamente por seu protetor.
Sendo um filme simples na maioria dos aspectos, Léon se destaca no belo enredo e em ótimas atuações, sendo impossível não aplaudir a atuação monstruosa de Gary fucking Oldman. Jean Reno, pra variar, foi capaz de construir um personagem incrivelmente mortal, mas que mesmo assim possui um lado sensível e amigável visível para poucos. Natalie Portman está incrivelmente jovem no filme, mas mesmo assim interpreta uma personagem forte, decidida e marcada pela tragédia.
Tratando-se de um filme semi-europeu com tal enredo, rola entre Léon e Mathilda uma tensão sexual meio escabrosa, principalmente pra expectadores pouco liberais quanto eu (felizmente, Léon sente o mesmo). Mas o filme essencialmente é uma história de uma grande e improvável afeição que cresce num ambiente violento e hostil, protagonizados por duas partes que nunca souberam direito o que é amar e ser amado. Toda essa simples autenticidade faz de Léon um dos filmes mais bonitos que já assisti esse ano.

Nota: 9,0

Nenhum comentário:

Postar um comentário