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domingo, 14 de abril de 2013

Filme nº 98: Carnage

Ainda tentando recuperar o atraso entre minhas postagens e meus filmes assistidos, o post de hoje será sobre o filme que assisti anteontem. Atraído por uma proposta semelhante à do filme Le Prénom, o qual adorei, e também pelo nome de Roman Polanski na direção e Christoph Waltz no elenco; Carnage, adaptação de uma peça de teatro homônima (cujo nome em português, Deus da Carnificina, por incrível que pareça faz mais sentido) me pareceu ser um filme sem chance de dar errado. Infelizmente não foi bem assim.

Resolvamos isso de forma civilizada
Carnage conta a história de dois casais que se reúnem na tentativa de resolver civilizadamente uma briga ocorrida entre seus seus filhos. Penelope (Jodie Foster) e Michael (John C. Reilly) Longstreet, pais do pequeno Ethan, o atacado, formam um casal que aparentemente acredita na justiça e na possibilidade de resolver a situação através do diálogo; sendo ele um irremediável conciliador e ela uma defensora ferrenha dos direitos humanos. Já Nancy (Kate Winslet) e Alan (Christoph Waltz) Cowan, pais do pequeno Zachary, o atacante, são o típico moderno que raramente tem tempo pra essas coisas; sendo ele um advogado que não consegue se separar do celular e ela uma vítima constante do estresse. Conforme a possibilidade de uma resolução civilizada vai se esvaindo, os quatro aos poucos vão se envolvendo numa grande briga na qual eles logo se mostram tão infantis quanto seus filhos.
Eu realmente sou um grande fã de filmes que apostam tudo no bom diálogo e no bom roteiro, sem depender de grandes recursos visuais (ou mesmo sem possuí-los) para prender o expectador. A dinâmica dos quatro protagonistas é bem interessante, já que eles possuem variadas sub-divisões, como por exemplo a já esperada divisão de casais, a divisão entre sexos e a divisão entre opiniões. A catatônica personagem de Jodie Foster chega a dar medo do risco de vermos uma artéria estourando em seu pescoço. As constantes e irritantes interrupções do celular de Alan Cowan também são um ponto alto do filme. 
Mas, pra quem já assistiu filmes como Le Prénom, é difícil dar uma avaliação muito alta pra Carnage, que possui um diálogo menos natural e divertido que o do filme francês. Mas eu sei que não posso e nem devo avaliar um filme tendo outro filme completamente não-relacionado como referencial, então vou me ater aos fatores mais intrínsecos à Carnage. Pra começar o comportamento de alguns personagens evolui de forma meio estranha. Michael, por exemplo perde a cabeça de forma bem rápida e pouco natural. Mais pro final, o álcool se torna um elemento trapaceiro no enredo, que praticamente dá carta branca para o diretor levar os personagens pra onde ele quiser sem muita estrutura. Além do que, o filme basicamente não tem final. Foi meio como se eles não soubessem como estender a discussão ainda mais e decidissem simplesmente jogar os créditos.

Acho que não comecei Polanski com o pé direito.

Nota: 6,5

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