.

.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Filme nº 95: Aura

De vez em quando acontece de ficarmos muito interessados em um filme por conta de uma descrição específica, ou de um trailer, ou mesmo de um comentário alheio. E, ao menos no meu caso, se o filme não corresponde à expectativa específica que me fez ir até ele, por melhor que o filme seja, é impossível conter uma certa frustração com ele. No caso de Aura, filme argentino de 2005, a descrição do enredo como 'A deluded taxidermist plans the perfect crime' mostrada no IMDb me levou a ver o filme com as expectativas erradas. É por essa razão que eu sempre tento assistir um filme sabendo o menos possível. Enfim, mas já que Aura não pode mais ser salvo, vamos destrinchá-lo um pouquinho.

Taxidermista epiléptico obcecado em cometer um crime perfeito num filme que não se aproveita de nada disso.
El Aura, no original em espanhol, conta a história de um taxidermista (aqueles caras que empalham animais) não nomeado que se encontra obcecado com a ideia da possibilidade de executar um crime perfeito e com sua capacidade em fazê-lo; com o auxílio de sua memória fotográfica e de sua capacidade de planejamento estratégico. Durante uma viagem de caça, o taxidermista acidentalmente mata um homem que fazia parte de um esquema criminoso. Ao se dar conta disso, o taxidermista decide assumir seu lugar, finalmente encontrando a chance de executar o crime perfeito que ele tanto esperou.
O filme realmente possui grande qualidade técnica, contando com um respeitável elenco encabeçado por Ricardo Darín (pros leitores mais veteranos, protagonista de O Segredo dos Seus Olhos). O enredo, no entanto, não me agradou muito, tanto pelas expectativas erradas que estavam impregnadas em mim quanto por fatores mais intrínsecos ao desenrolar dos eventos. Pra começar, foi meio decepcionante pra mim descobrir que o crime perfeito que tanto obcecava o taxidermista não se tratava de um assassinato, mas sim de um assalto, o que, convenhamos, não é tão atraente quanto. Outro aspecto que me frustrou foi o fato de suas habilidades de taxidermista e sua condição de epiléptico (apesar dessa última inspirar o nome do filme) não serem bem exploradas no enredo, sendo meramente um background para o protagonista. Por fim, eu tive a impressão de que o protagonista seria uma espécie de mastermind infalível e sempre no controle da situação, mas acaba que do início ao fim ele não passa de uma vítima das circunstâncias independente do quanto ele tente controlá-las. Mas tudo o que citei é resultado da inadequação das minhas expectativas, e o filme de forma alguma pode ser culpado por isso.
Após eu finalmente ter pleno conhecimento do que eu estava assistindo, ainda restaram certos fatores incômodos. Muitos personagens tiveram uma participação confusa no enredo, sendo incapazes de provar sua relevância dentro dele. O final do filme também não me agradou, apesar do destino do taxidermista me parecer correto. O enredo no fim das contas se revela simples, sem grandes surpresas ou  reviravoltas. 

Portanto esse blog incentiva fortemente a visualização de filmes às cegas, para melhores surpresas (na verdade isso só se aplica à mim, pois vocês precisam ler o que eu escrevo).

Nota: 6,0

Nenhum comentário:

Postar um comentário