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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Filme nº 92: O Iluminado

Eis um filme que eu queria assistir havia bastante tempo. O Iluminado sempre foi um desses clássicos dos quais eu nunca duvidei da qualidade, mesmo sem ter assistido (não é uma lista muito extensa, mas Kubrick aparece mais de uma vez nela). Se não o fiz antes, foi só por falta de tempo ou de um certo preparo mental pra assistir. Julguei que ontem eu estava em posse dos dois (mesmo não estando verdadeiramente em posse do tempo, mas a gente sempre dá um jeito), e finalmente botei essa obra prima do terror e do suspense pra rodar.

Come and play with us, Danny.
Baseado no livro homônimo de Stephen King, O Iluminado narra a história de uma família comum cujo patriarca aceita o cargo de zelador do distante hotel Overlook durante o inverno atraído pela oportunidade de paz e isolamento por cinco meses para impulsionar o progresso no livro que vem escrevendo. Há dez anos atrás, no entanto, o isolamento do hotel fez com que um homem exercendo a mesma função assassinasse a própria família para se suicidar em seguida, mas Jack ignora o ocorrido. Seu filho Danny, por sua vez, além do amigo imaginário Tony, possui também uma estranha habilidade telepática que, dentre outras coisas, permite que ele enxergue o futuro próximo e o passado distante, fazendo com que ele entre em contato com os episódios sombrios ocorridos no hotel, e com os que estão pra ocorrer. 
Provavelmente o aspecto mais marcante não só d'O Iluminado, mas de todas as obras de Kubrick, são suas trilhas sonoras poderosíssimas em produzir suspense, presente mesmo em filmes que não são exatamente de terror, tipo Laranja Mecânica. Em O Iluminado, ela é absolutamente indispensável. Sério. Sem sua trilha sonora visceral, o filme poderia facilmente ser confundido com uma comédia romântica. Se o áudio é responsável por 70% do clima de horror do filme, Jack Nicholson fica responsável por 20% dele. O aspirante a escritor é capaz de roubar todas as cenas com sua gradual caminhada à psicopatia, dando um espetáculo de atuação nos momentos finais enquanto corre loucamente pelo Overlook com seu machado de incêndio. Os 10% restantes ficam com os movimentos de câmera, com closes oportunos e trocas rápidas de imagens, algo que já não se vê mais hoje em dia.
Além da inegável qualidade técnica, O Iluminado também é berço de inúmeras cenas imortalizadas no cinema, como o encontro de Danny com as assustadoras (e feiosíssimas) irmãs Grady e a clássica cena na qual Jack destrói a porta com o machado e coloca a cara dentro do buraco apenas pra soltar o histórico 'HERE'S JOHNNY', pro desespero da sua esposa. Wendy, aliás, de tão feia acaba sendo parte dos elementos assustadores do filme, com suas caras de terror (há de se considerar a hipótese de que Jack enlouquece devido ao fato de estar casado com uma mulher tão feia).
Lendo algumas coisas a respeito do filme, descobri que ele possui inúmeras incongruências com o livro no qual ele se baseia , a ponto de gerar críticas negativas do próprio Stephen King. Bom, eu nunca li O Iluminado, mas posso afirmar que no fim das contas isso não importa, pois o filme ganhou vida própria.

Filme obrigatório pra quem curte terror.

Nota: 10

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