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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Filme nº 88: The Good, The Bad, The Weird

Sabe aqueles filmes que no momento em que você bate o olho dá uma vontade enorme de assistir? Às vezes acaba nem sendo grandes coisa ou mesmo algo bem distante da expectativa que você construiu, mas não importa, há de se admitir que são poucos os filmes que possuem esse apelo tão imediato. Quando durante uma das minhas andanças pelo IMDb eu descobri a existência desse faroeste coreano, meu desejo foi de baixar e assistir na mesma hora, o que não foi possível graças às duas horas e quinze de duração num período em que eu não tinha tempo pra nada. Bom, ontem tecnicamente eu também não tinha tempo pra assistir, mas foda-se, não dava mais pra adiar. 

O emancipacionista justiceiro, o ladrão atrapalhado e o mercenário inescrupuloso (e gay)
À primeira vista, a ideia de um faroeste na Ásia dos anos 30 me parecia absurda e inconcebível. Até ler sobre esse enredo. The Good, The Bad, The Weird (ridiculamente traduzido para o português como 'Os Invencíveis')  numa clara referência ao filme quase homônimo estrelado por Clint Eastwood, narra a história de três coreanos (dois mercenários e um ladrão) e da disputa que eles travam pela posse de um suposto mapa do tesouro roubado de um trem japonês no meio do deserto da Manchúria. Além deles, há ainda inúmeros bandidos chineses, militantes pela independência da Coreia e todo o exército japonês à procura desse tesouro.
O filme é realmente divertido e repleto de ação, oferecendo uma experiência diferente e interessante para os que não são tão familiarizados com o cinema coreano ou mesmo o asiático. O filme não decepciona como faroeste, mostrando assaltos à trens à vapor no meio do deserto, perseguições à cavalo e muito tiroteio. A retratação da época seja nos figurinos seja nos veículos e armas é incrível. A trilha sonora também é muito boa, misturando o estilo faroeste com as melodias orientais. No mais, o andamento do enredo não me agradou tanto assim, e também achei o final meio frustrante. Mesmo assim, valeu o tempo que eu não tinha.
Como a maioria dos filmes repletos de tiroteio, esse usa e abusa de dois elementos: 1- a munição nunca acaba, exceto nos momentos em que isso sirva pra acrescentar tensão à cena ou pra incitar uma luta braçal ou de facas; 2- em diversos momentos, ninguém acerta nenhum tiro independente da facilidade em acertar o alvo, especialmente se ele for um personagem importante (a cena da perseguição no deserto é um exemplo absurdo disso, onde nenhum das milhares de homens à cavalo ou de carro conseguia acertar um tiro no Tae-Goo andando de moto).
Apesar de não evocar um protagonista descaradamente, o personagem que mais se destaca no filme é Yoon Tae-Goo (the Weird), responsável pela maior parte das cenas de humor. Park Do-Woon (the Good), acaba sendo o mais sem graça dos três por ser sério demais pra provocar risadas e bom demais pra sair atirando nas pessoas indiscriminadamente. Por fim, temos Park Chang-Yi (the Bad), que é um vilão realmente cruel porém dotado daquela estranha macheza asiática que o faz ficar muito gay (só pra dar uma noção, ele usa franja em cima do olho). Como não poderia deixar de ser, os três terminam o filme no clássico porém sempre tenso Mexican Standoff, cujo resultado eu reservo para aqueles que se interessarem em assistir.

Não é um filme nota 10, mas vale a experiência. 

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