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sábado, 27 de abril de 2013

Filme nº 106: Cosmopolis

Se tem algo que me motivou a não parar de vez com o blog esses dias foi a consciência de fazer justiça aos filmes que tenho assistido ultimamente. Cada um a sua maneira, eu tenho visto filmes que realmente souberam me conquistar desde De Volta para o Futuro. Cosmopolis é um caso estranho no meio desses, porque desde já eu admito que não entendi o filme inteiro. Levando em conta que normalmente é difícil o indivíduo gostar genuinamente de um filme que ele não compreendeu, Cosmopolis parece um mistério até pra mim, que provavelmente não vou conseguir explicar o porquê de ter gostado do filme além do fato dele ter me instigado vagamente. 

My prostate is assymetrical.
Cosmopolis narra um dia singular na vida de Eric Packer (Robert Pattinson), um jovem bilionário que, contra todas as recomendações de sua equipe de segurança, decide cruzar a ilha de Manhattan de limusine no seu dia mais caótico apenas para cortar o cabelo. Durante esse longo e lento trajeto, Packer se encontra com várias pessoas distintas, com quem ele tem todo o tipo de conversa, de trivialidades sexuais até os rumos da economia mundial e questões mais filosóficas.   
Esse é um daqueles filmes que dificilmente dá pra compreender na primeira assistida. Considerando que não vou rever o filme, ao menos não esse ano, eu já me retirei da disputa. Eric Packer não é um cara normal e faz muito pouco esforço para esconder isso no seu discurso e comportamento. Sim, existe muito papo estranho, e a constante troca de interlocutores, com pessoas que simplesmente vão entrando na limusine ou com o próprio Eric saindo dela, dá a impressão de que o roteiro literalmente era escrito de acordo com o que vinha à cabeça do autor. Decorar o nome e a face dos personagens é um esforço vão, pois a maioria deles faz a sua aparição e abandona o filme em definitivo.
Como eu já deixei claro lá atrás, não achei o filme ruim. Pra ser justo, muitos dos diálogos são interessantes, embora o conjunto deles não tenha formado na minha mente nada semelhante a um propósito maior. O ponto mais interessante do filme sem dúvida é o contraste entre a quietude e segurança da limusine de Packer e a anarquia e o caos reinantes no lado de fora; os quais, na maior parte do tempo, são alheios um ao outro. Os poucos pontos de ligeiro conflito entre a limusine e os transeuntes resultam em cenas muito boas, como quando um grupo de manifestantes depreda o exterior da limusine diante da indiferença de Packer e sua companhia. 
Por fim, algo que provavelmente muitos dos que deram 5,2 pro filme no IMDb reclamam é a ausência quase total de emoção no filme, que preferiu centrar-se nos diálogos. Pattinson por si só já não é muito conhecido por sua desenvoltura emocional, mas ele conseguiu interpretar um personagem ainda mais gelado em Cosmopolis. 

A título de curiosidade, as cenas de sexo do filme são horríveis.

Nota: 8,0

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