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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Filme nº 90: Annie Hall

Uma das coisas que mais gosto de fazer dentro desse meu projeto é dar uma de Mythbuster e tentar descobrir o que é hypado e overrated no meio das coisas que todo mundo idolatra. Cedo ou tarde eu teria que me deparar com Woody Allen, que é meio que unânime no grande público. Pois é, esse é o meu primeiro contato com a obra dele, seja como diretor seja como ator (na verdade eu nem sei se ele chega a fazer um separado do outro). E, felizmente, vou ter que guardar meu carimbinho de 'MYTH BUSTED' pra outra ocasião, porque eu acabei gostando muito. 

I lurve you, I loave you, I luff you
Traduzido no Brasil como 'Noivo Neurótico, Noiva Nervosa' (o que não faz o menor sentido visto que eles sequer são noivos), Annie Hall narra o relacionamento do comediante novaiorquino Alvy Singer com a mulher que dá nome ao filme numa retratação não-linear que vai do dia em que eles se conheceram até a separação. O que provavelmente diferencia esse casal dos demais é o caráter extremamente neurótico de Alvy, interpretado pelo próprio Woody Allen, um homem repleto de manias e chatices que ainda assim surpreendentemente chama a atenção de mulheres atraentes como Annie Hall. Ela, por sua vez, começa o relacionamento como uma mulher insegura, não muito inteligente e até meio caipira, algo que Alvy procura consertar no decorrer da relação e, exatamente por conseguir, acaba perdendo-a.
Vendo esse filme, deu pra entender a razão pela qual a maioria das pessoas gosta do Woody Allen. Ele consegue ser engraçado tanto como ator quanto como diretor, capaz de oferecer ao mesmo tempo um texto engraçado e uma interpretação dele mais engraçada ainda. Tá que o jeito e a voz do seu personagem são bem cansativos, mas ele possui uma forma muito interessante de enxergar o mundo.
Outro ponto que gostei muito foi o constante rompimento da quarta parede, algo que não se vê muito no cinema. Além dos momentos em que Alvy se dirige diretamente ao expectador, existem também os momentos em que a realidade do filme é quebrada, como na (provavelmente) clássica cena onde o casal está na fila do cinema e os comentários do homem atrás deles acerca de determinado diretor incomoda Alvy à ponto dele caminhar pra fora da cena e buscar o diretor em pessoa para refutar o sujeito.
Annie Hall, além de um bom exemplo de comédia e de narrativa original, também não se esquece de ser uma boa história de amor, ainda que ele não tenha dado certo no fim. Aliás, é exatamente por conta da finitude desse relacionamento que o filme não perde a sobriedade e a inteligência pessimista característica de Woody Allen (e eu digo isso baseado na minha longuíssima experiência de 01 filmes dele).

Nota: 9,0

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