.

.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Filme nº 89: Veneza

Pela segunda vez no ano (e provavelmente na vida), escolhi um filme polonês para, dentre outras coisas, manter o contato com o idioma. Diferentemente da primeira vez, onde os riscos pareciam muito altos com uma superprodução de guerra repleta de notas baixas de um país sem tradição para filmes do gênero; o filme de hoje, abordando o tema tradicional da Segunda Guerra sob perspectivas infantis, parecia quase garantido como algo realmente bom. Também diferentemente da primeira vez, o filme se revelou exatamente o contrário das expectativas. Mas, no caso de Wenecja (título original em polonês), isso não foi bom.

Marek, à caráter, e os nazistas
Veneza conta a história de Marek, um garoto que vive longe dos pais num colégio interno católico, contando os dias para a chegada das férias, nas quais ele espera realizar seu maior sonho: conhecer Veneza. No entanto, com a invasão da Polônia e o início na Segunda Guerra Mundial, ele acaba tendo que viver na casa de suas tias da zona rural para tentar escapar do conflito. Lá, além de conhecer as primas que despertarão seus primeiros desejos amorosos, ele se depara com o porão da casa completamente alagado por conta de uma falha nos encanamentos. Com o agravamento da guerra e da pressão psicológica que os ataques aéreos alemães exercem sobre todos, Marek decide construir ali sua própria versão da cidade de Veneza, na qual a família encontrará um refúgio dos horrores da invasão. 
O filme possui inúmeros bons atributos, tais como a excelente fotografia e a trilha sonora bem trabalhada, além do sucesso em reconstituir a Polônia rural do fim dos anos 30 através dos cenários e do figurino. Outro aspecto positivo são as cenas dos ataques aéreos alemães em cima das desorganizadas tropas polonesas, transmitindo com competência o terror que o som dos motores dos aviões trazem a todos que estão no solo.
No entanto, duas coisas acabaram sendo muito frustrantes ao longo do filme. Em primeiro lugar, os personagens pouco trabalhados. Não bastasse sairmos do filme sabendo muito pouco a respeito de Marek além do fato deste sonhar em visitar Veneza, ainda existe ao menos uma dúzia de personagens da sua família  cujo papel não fica claro ao longo do filme. Não raro eu me deparava com um personagem em cena que eu sequer sabia quem era. Outro aspecto negativo é o elemento que dá nome ao filme ter uma presença incrivelmente reduzida e pouco importante dentro dele. A Veneza de Marek é pouco explorada além de algumas cenas de transição e certas reuniões familiares, e não parece ser exatamente essencial para a vida de ninguém.

A qualidade visual do filme é inegável, mas ele acaba sendo meio enganador no enredo.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário