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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Filme nº 104: Trainspotting

O aperto de atividades pra variar está dificultando a vida desse blog e a vida desse que vos escreve. Com um atraso de cinco filmes em relação ao calendário e de quatro posts em relação aos filmes, cá estou eu na pior fase do projeto. Mas fazer o que, né? O filme de hoje me despertou grande curiosidade desde o primeiro momento em que tomei conhecimento dele. Apesar de não ser muito conhecido, Transpotting possui uma legião de admiradores fiéis mesmo dezessete anos após seu lançamento. Depois de assistir, não foi difícil entender a razão.

Choose a life, choose a job..
Trainspotting conta a história de um grupo de amigos viciados em heroína que vivem nos subúrbios mais imundos de Edimburgo. Renton, o protagonista, decide largar de vez as drogas e tentar começar uma nova vida fora do país depois de uma overdose, mas logo descobre que isso será muito mais difícil do que ele imagina. Além de Renton o bando é formado por Spud, um bobalhão de bom coração; Sick Boy, um fanático por Sean Connery; Begbie, um sociopata violento; e Tommy, um atleta que nunca tocou em drogas. Todas as sinopses que eu conferi inseriam Diane, a namorada pré-adolescente de Renton, dentro desse círculo social, mas ela é personagem de um núcleo distinto (e reduzido).  
É muito difícil dizer do que realmente trata o filme. Assuntos que num momento parecem centrais, em outro já não são. Personagens que parecem importantes uma hora, na outra já não são. Por mais bagunçado que isso soe, Trainspotting faz com que seja um aspecto positivo. A dependência química não domina o enredo por mais gritante que seja, mas oferece os aspectos mais crus e impactantes do filme, pro bem ou pro mal. O filme também se utiliza bastante de alguns recursos metalinguísticos, tais como a cena do banheiro sujo e a cena do bebê no teto, ambas memoráveis. Outro ponto forte é a narração, responsável por produzir, dentre outras coisas, o monólogo inicial do filme.
Pra um filme que não podia se utilizar de elementos como efeitos especiais ou cenários altamente elaborados, Trainspotting trabalha todos os recursos a seu alcance com maestria. A construção de personagens, os diálogos e o enredo em geral constroem um filme insano, imprevisível, chocante e bem humorado ao mesmo tempo, conseguindo ser, de quebra, uma bela história de vida.

Difícil pra mim, só o sotaque de britânico pobre.

Nota: 8,5

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