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segunda-feira, 1 de julho de 2013

Filme nº 147: [REC]²

Esse é oficialmente o post que mais tomei tempo para escrever nesse blog. São quase 20 dias de diferença entre hoje e o dia que assisti o filme. Durante esse tempo eu bem que tentei publicar esse post em várias ocasiões, mas foi realmente difícil terminá-lo por conta da falta de inspiração, da falta de tempo, do excesso de coisas acontecendo no país e na minha vida e, por fim, do excesso de ódio que nutri pelo filme. Eu meio que já esperava ver uma piora do segundo filme para o primeiro pois normalmente sou contra a produção indiscriminada de sequências (vale lembrar que [REC] 4 está para ser lançado esse ano), especialmente em filmes de terror. Mas, como o crítico razoável que tento ser, procurei ver do que se trata antes de começar a condenar. Agora que vi, segura aí minha condenação.  

??Que cojones están haciendo con esta franquia???
Começando exatamente onde o primeiro termina, [REC]² narra a entrada de um agende do ministério da saúde acompanhado de um esquadrão da polícia no edifício em quarentena para controlar a situação e obter uma amostra de sangue do paciente zero. Uma vez fechados lá dentro, eles logo se deparam com os seres descontrolados que aterrorizaram o edifício no filme anterior. A sequência, no entanto, larga aquele clima de possível infecção biológica e aposta no (muito, muito pior) sobrenatural ao começar a falar de Vaticano e possessão demoníaca (eu sei que isso já vem desde o primeiro filme, mas lá ao menos existia a ilusão).
Desde o início eu já senti que iria curtir o filme bem menos do que o original, a começar pelos personagens principais, um protagonista misterioso cercado de um bando de soldados, que já dão a entender que o filme vai se focar muito mais no tiroteio do que no terror. Outro ponto negativo dos personagens é que eles são praticamente desprovidos de personalidade, além de facilmente suscetíveis à ataques de fúria e medo que nem os despreparados civis do filme anterior tinham. A constante raiva dos soldados é especialmente irritante e não-natural, recheando o filme de palavrões hispânicos desnecessários.
Outra perda em relação ao primeiro filme é o relativo abandono do formato improvisado em direção a algo mais subordinado a um script, sendo mais filme e menos documentário. Isso tira muito da espontaneidade que me fez gostar da franquia em primeiro lugar, abrindo muita brecha para clichês. Alguns outros detalhes também ficaram diferentes, como a facilidade com que as pessoas se infectam. Em média as pessoas do primeiro filme se infectavam com tremenda facilidade, enquanto nesse os caras se agarram, se esfregam, lambem, beijam na boca dos zumbis e nada. Por fim, o elemento sobrenatural sempre dá liberdade pro roteirista fazer o que quiser sem dar a menor justificativa de nada, e isso fica evidente nas cenas com a menina Medeiros na escuridão, onde aparentemente existem duas dimensões diferentes sem qualquer explicação.
Quando eu estava pra declarar o filme um caso perdido, descubro esperançosamente que ele é dividido em duas partes distintas, com personagens diferentes. Com essa chance de ouro na mão, é claro que decidiram introduzir personagens ainda mais burros e irritantes que os primeiros, sendo a maioria deles desnecessária. E falando em personagens, uma das coisas que mais me fez ter vontade de ver a sequência era a chance de rever os personagens que tanto curti no primeiro filme. E pra minha decepção isso foi completamente mal explorado, não retornando efetivamente os que eu queria ver e ainda por cima escrotizando os que voltaram.

Fiquei realmente chateado com os rumos da franquia. Com certeza não verei o terceiro filme com a mesma pressa com que vi o segundo. Pra um hiato tão grande e um filme tão ruim, eu já esperava que o post acabasse ficando grande. Foi mal, tentarei ser mais conciso nos próximos.

Nota: 5,0

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