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terça-feira, 23 de julho de 2013

Filme nº 165: Premonição 4

Encerrando com chave de alumínio o pequeno ciclo de filmes de terror (ou que parecem de terror), lhes apresento o irmão responsável pelos momentos constrangedores dentro da família Premonição. Eu realmente gosto muito da franquia, ela prova o ponto de Hitchcock ao mostrar que no fundo todo mundo curte testemunhar uns acidentes fatais bizarros. O quarto episódio, infelizmente, mergulhou de cabeça na porcaria da nova onda 3D e, dando a cara no fundo raso, quase morre de forma tão bizarra e ridícula quanto seus personagens. Quase.   

CARA, NÃO INVENTA, É SÓ UMA ESCADA ROLANTE
Dentro da franquia Premonição, a descrição do enredo é tão dispensável quanto a própria existência dele (não que isso seja ruim, a proposta foi original e os resultados dos três primeiros filmes foram bem interessantes), mas vou descrever o enredo assim mesmo. Tudo começa quando um grupo de jovens (sempre jovens, já estou perdendo a paciência) decide assistir uma corrida, até o momento em que um deles (não por acaso, o mais virtuoso) tem uma premonição extremamente realista de uma grande tragédia que está para acontecer. Assustado, ele obviamente tenta salvar quantas vidas puder, e os que não passam a acreditar nele no momento em que a tragédia de fato ocorre, provavelmente mudarão de ideia quando os sobreviventes começarem a morrer um de cada vez. 
Depois de bons momentos com o acidente de avião, o engavetamento na estrada e o fantástico acidente de montanha russa, eu já fiquei com o pé atrás com esse filme ao ver a abertura com um rockzão pesado. Filme de terror com rockzão pesado é a marca registrada da coxinhização do estilo, que aparentemente se transformou num sex-gore de ação. Mas, diga-se de passagem, a abertura foi bem legal, pagando tributo aos filmes anteriores. Pena que nem deu tempo de digerí-la bem, pois a cena do acidente é simplesmente a PIOR de toda a franquia, exagerada, forçadíssima, pouco inspirada e com péssimos efeitos visuais.
Bastante indignado, decidi torcer pra que as mortes individuais compensassem essa afronta. E as duas primeiras mortes quase me fizeram desistir, a primeira por ultrapassar todas as fronteiras do ridículo e a segunda por confundir a construção cuidadosa do suspense com o disparo mal educado da surpresa. Não bastasse esse retorno à 1995 em termos de trash, os dois protagonistas eram a perfeita definição do sem sal e sem graça, com um nível de telepatia que extrapola os costumes da franquia, enquanto que os personagens que tinham potencial para serem bons (o cowboy e o segurança) foram completamente desperdiçados.
'Mas, Nelson, é só pedras esse comentário?' Pior que não. Quando eu já me encontrava completamente descrente com o filme, ele deu uma melhorada significativa. A cena do lava-jato, por mais bizarra que soe, acabou sendo muito boa, criando um real clima de suspense. A ideia da piscina foi boa também (me afeta pessoalmente pois já quase morri daquele jeito), mas não era necessário ir até as últimas consequências só pra jogar algo na tela e fazer valer o 3D.
Por fim, a introdução de uma segunda tragédia foi uma ideia realmente interessante que acabou salvando o filme do completo desastre, evitando milagrosamente a maior parte dos erros escabrosos da primeira metade. Eu sempre digo que um bom final faz um bom filme, e é por isso que, apesar de ruim, eu me arrisco a dizer que Premonição 4 vale a pena sim, nem que seja como exemplo do que não fazer com uma boa franquia.

Nota: 6,0

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