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terça-feira, 16 de julho de 2013

Filme nº 162: Jogos Mortais

Pra quem sempre se considerou avesso à torturas e mutilações em filmes de terror, a ideia de assistir Jogos Mortais me parecia inconcebível, mesmo sabendo de todos os comentários que classificavam o filme como genial. Mas com essa constante quebra de paradigmas, Jogos Mortais parecia o mais óbvio desafio a ser superado. Nesse caso, missão cumprida. O filme é muito mais tranquilo do que imaginei, embora tenha sido necessário um pouco de paciência para descobrir onde, afinal, estava toda a genialidade (mas relaxem, que ela estava lá). Acho que o próximo passo agora é assistir O Albergue ou os filmes do Almodóvar.

I want to play a game..
Jogos Mortais começa com uma dupla de homens que acordam com os pés acorrentados às paredes de um banheiro imundo no qual há um cadáver no chão e várias mensagens secretas. Não demora muito para descobrirem que estão nas mãos de um grande serial killer em ascensão chamado Jigsaw, responsável pela morte de dezenas de pessoas sem sujar as mãos com nenhuma delas. Conforme tentam cooperar para escapar, eles se dão conta de que nenhum deles está ali por acaso, e que eventualmente terão de se voltar um contra o outro para recuperar a liberdade.
A primeira coisa que me chamou a atenção no filme foi seu trabalho de direção bem feioso, reflexo, dentre outras coisas, do baixo orçamento do primeiro filme. Eu sei que boa parte dos cenários tinha por intenção ser horrível, mas isso se reflete basicamente em todos os aspectos físicos do filme. Outro ponto fraco que detectei de cara foram as atuações não tão boas (com algumas decididamente ruins) da maior parte dos personagens, que serviu pra coroar a impressão de que tratava-se de um filme B.
Não, Jogos Mortais não é um filme B. E isso se deve única e exclusivamente ao enredo inteligente e bem construído que fez um ótimo trabalho em me fazer achar que não era um enredo inteligente e bem construído. Durante a maior parte do filme fiquei pensando 'ok, já entendi a parte sádica, agora cadê a parte inteligente que me falaram', imaginando que o Jigsaw estava bem longe de ser aquela evil mastermind que eu achei que fosse por conta de uma série de atitudes estúpidas e um enredo confuso e não-linear que parecia estar correndo atrás da própria cauda. Isso sem mencionar a frustração com o quão pouco o bonequinho Billy dá as caras no filme.
Mas como um bom final faz um bom filme, fui pego de surpresa pelo desenrolar dos eventos e de uma hora pra outra me vi diante de um enredo surpreendentemente bom, que merecidamente fez muito sucesso e arrecadou bastante dinheiro para estragar a franquia com oitocentas sequências. Mas fingindo desconhecer os rumos da série, eu realmente fiquei animado para assistir a continuação da história, que termina indicando que ainda há muito pela frente (ah, e como tem).
Pra quem nunca assistiu o filme pelos mesmos receios que eu, repito: é bem light, não se deixe enganar pelos cartazes.

Nota: 8,5

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