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sábado, 6 de julho de 2013

Filme nº 150: Meu Nome Não é Johnny

Minha credibilidade aqui deve estar baixíssima com esse volta/não volta. Também não está ajudando o fato deu nunca mais ter comentado um filme nacional. Aparentemente eu esvaziei minha lista de bons filmes senso-comum Selton Mello-Wagner Moura que vêm à cabeça de imediato quando se pensa em cinema brasileiro. Sim, isso é um grande pecado pra quem se propõe a fazer o que to fazendo. Gostaria de contar com as sugestões de vocês para expandir meu nicho de bons filmes nacionais.

Meu objetivo é TORRAR um milhão de dólares (risos, vai nessa amigão)
Meu Nome Não é Johnny narra a história real de João Guilherme Estrella, uma cria da classe média-alta carioca que a partir da separação dos pais mergulha aos poucos num estilo de vida hedonista de festas e drogas. Cada vez mais popular e viciado em cocaína, João Estrella entra por acaso na rede de distribuição de droga para abastecer suas próprias festas. Com o aumento da demanda e uma troca progressiva de fornecedores, João Estrella torna-se em poucos anos o maior vendedor de drogas do Rio de Janeiro sem montar qualquer tipo de império nem nunca ter disparado um único tiro. 
A princípio fiquei em dúvida se deveria ou não comentar esse filme, já que, apesar de ter gostado, eu julguei não ter nada de muito interessante pra comentar. Mas aí voltei atrás por conta da escassez de filmes nacionais e também por lembrar que só assisti esse filme porque o Mestre Mkt Love sugeriu, e portanto não poderia ficar devendo essa. 
Partindo de uma ideia interessante e inusitada se pegarmos os contos do tráfico de filmes como Cidade de Deus e Tropa de Elite, Meu Nome Não É Johnny contrasta a ascensão meteórica de João Estrella durante a década de 1980 com sua queda fulminante ao ser preso e condenado em 1995 sem a violência e ação dos filmes de Fernando Meirelles e de José Padilha. O melhor aspecto do filme na minha opinião foi a retratação dos anos 80 e a juventude loucaça que neles viveu, e essa abordagem conta com a ajuda de um bom trabalho de reconstituição da época através de carros, roupas e acessórios, além da ótima trilha sonora. 
A parte final do filme, por outro lado, coloca o pé no freio em todos esses elementos e insere a história numa tentativa de drama que não me agradou muito. Essa é a etapa na qual João Estrella conhece tragicamente seu alter ego Johnny (a justificativa pro nome do filme só vem nesse finzinho) ao parar no banco dos réus e na prisão. Felizmente não era objetivo do filme mostrar a realidade do sistema penal brasileiro (se eu quisesse explorar o tema estaria assistindo Carandiru), e essa parte é relativamente curta, embora não deixe de ser um pouco contaminada pela pieguisse de história de superação. Mas se foi isso que aconteceu na vida real, paciência.
Outra ressalva que eu faço diz respeito ao elenco, que não me pareceu muito bem escolhido no geral. Selton Mello, apesar de fazer uma excelente interpretação, simplesmente não se encaixa satisfatoriamente no papel de hedonista vida loka. Digo, basta assistir o Cheiro do Ralo e fazer uma comparação entre os dois protagonistas pra descobrir que estilo o ator interpreta com mais naturalidade. Cléo Pires é outra que não me convenceu muito, com a diferença de que na minha opinião ela não soa natural em nenhum papel que não seja o dela mesmo (jovem petulante com um irremovível sotaque carioca). Julia Lemmertz por sua vez é subutilizada no papel de mãe do João Estrella, sendo ausente não só na maternidade mas também no filme inteiro. Por fim, o restante do elenco em sua maioria parece  tirado da Malhação (alguns de fato o são), o que é auto-explicativo. 

Nota: 8,0

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