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domingo, 21 de julho de 2013

Filme nº 164: Rope

Juro pra vocês que a onda terror-suspense já vai dar um intervalinho. Assim como também espero que a demora de 2-3 dias por postagem também dê seu intervalinho. Ocupado demais pra ver Psicose, acabei procurando os exemplares mais curtinhos da filmografia de Hitchcock, e Rope acabou me chamando a atenção pela dose extra de sadismo e psicopatia, o que, dentro do contexto hitchcockiano, definitivamente significa alguma coisa. 

Murder can be an art too.
Rope é um filme de 1948 que conta a história de Brandon e Philip, uma dupla de jovens que se consideram intelectualmente superiores, e para colocar isso em prova decidem não apenas assassinar um colega de classe dentro do apartamento que compartilham em Nova York, como também organizar uma festa dentro do mesmíssimo cômodo no qual o corpo está escondido, tendo como convidados o pai e a noiva do colega assassinado. 
Já começando com o assassinato do pobre colega (que é até um pouco cômico, me processem), o filme segue basicamente sem qualquer tipo de troca de cena até sua conclusão, o que obviamente chamou minha atenção positivamente depois de Children of Men. Além desse bom trabalho estético de direção, o filme conta com personagens bem marcantes, auxiliados por excelentes atuações pautadas em diálogos bem articulados. A começar pela dupla de assassinos. Brandon, o mais convicto, convence muito no papel de psicopata debutante, enquanto Philip, interpretado por Farley Granger (o mesmo de Strangers on a Train), consegue a proeza de manter a postura de bom moço mesmo sendo a mão que cometeu o assassínio. A bela personagem de Janet é mais uma prova de que os papéis femininos de Hitchcock costumam ser inteligentes e seguras de si (com o bônus de ser carismática e engraçada). Por fim, o soturno professor Rupert, interpretado por James Steward, é na minha opinião o melhor personagem de todos. 
Como já havia constatado em Strangers on a Train, Hitchcock realmente não faz questão de esconder seu fascínio pouco social por assassinatos. Seus personagens invariavelmente estão sempre conversando sobre cometer crimes perfeitos, isso quando não estão cometendo-os pelo fascínio que isso gera em suas mentes. E Rope obviamente leva isso até as últimas consequências.

Nota: 10

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