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quinta-feira, 6 de junho de 2013

Filme nº 139: Super

Já tem um tempinho que estou refletindo acerca da possibilidade de parar com o blog e seguir o projeto na minha. Continuo comentando os filmes por um misto de inércia e bons filmes na fila que eu gostaria de comentar. Super é um desses bons filmes que me seguram um pouquinho mais, possibilitando se pá a percepção de que isso pode ser só uma espécie de crise da meia idade do meu projeto. Ou não.

All that takes to be a superhero it's the choice to fight evil.
O enredo de Super é maaaais ou menos parecido com a versão cinematográfica de Kick-Ass (da qual eu não gostei muito quando vi), contando a história de Frank (Rainn Wilson, o Dwight de The Office), um cozinheiro de fast food que conta nos dedos de uma mão só os momentos de genuína felicidade que teve ao longo de sua vida inteira. Um deles foi justamente o dia de seu casamento com Sarah (Liv Tyler), uma ex-dependente química que de um dia pra outro o largou para viver com um traficante de drogas. Completamente desolado, Frank começa a ter alucinações de natureza religiosa que o fazem começar uma luta física contra o mal. E assim surge o ridículo e raivoso Crimson Bolt, um super herói que sai às ruas com sua chave inglesa pronto para rachar o crânio dos criminosos. Não demora muito para esse nome ficar famoso e infame dentre os criminosos e a opinião pública, que o consideram um louco. Dentre eles, no entanto, está a jovem Libby (Ellen Page), que fica tão inspirada com o herói que decide fazer de tudo para tornar-se sua fiel escudeira. 
Você pode até pensar que parece o enredo de um filme cômico, assim como eu pensei. Mas, apesar de alguns momentos engraçados, Super é mais obscuro do que aparenta, visto que Frank é um homem desequilibrado e obcecado por uma paixão não correspondida. Libby, que assume o alter-ego de Boltie, não fica atrás, revelando-se uma pessoa psicótica que quer se aproveitar do anonimato pra exteriorizar toda sua violência em alguém, independente de ser bandido ou não. Já deu pra ver que o filme não é ingênuo, pois ambos fazem muita coisa errada por trás da máscara. 
Além do enredo, o que mais vale destacar é a atuação dos personagens. Rainn Wilson, que normalmente é visto em comédias, dá vida a um personagem sério e completamente fodido pela vida. Ellen Page, por sua vez, pra variar está naquele estilo 'garota nerd que usa cuecas e se gaba por isso'. Mas sua interpretação não deixa de ser impressionante, pois Boltie é uma das personagens mais psicopatas que conheci esse ano. No mais, temos Kevin Bacon no papel do grande vilão, enquanto a Liv Tyler passa completamente batida pelo filme.
O clima que predomina no filme é o de um humor negro não-forçado. É realmente engraçado, mas lamentavelmente engraçado. Assim como Kick-Ass, Super não pode ser confundido com um filme de criança só por conta da roupa colorida dos personagens. Tem bastante violência e até mesmo uma cena de sexo que vai figurar por muito tempo dentre as cenas mais bizarras que já vi no cinema. No mais, Super é um filme doente e imprevisível. O final na minha opinião foi um misto de choque e frustração, esta última compensada pela rara e ligeiramente prazerosa sensação de ser sacudido por um filme. 

Nota: 10

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