Falaí seus desamparados. Agora sim posso dizer que fiquei um bom tempo sem postar nada aqui. De fato, eu deliberadamente abandonei esse blog porque já não conseguia mais manter um ritmo viável de postagens, e isso logo se transformou em comodismo e desinteresse em comentar filmes quando tive tempo de sobra. O que é uma pena, pois foi uma época muito boa do meu projeto, na qual ganhei a atenção e o apoio de muitas pessoas. Talvez por isso senti a necessidade de fazer essa postagem final (com alguns dias de atraso, pra manter minha assinatura) pra transmitir a todos que se interessem um balanço dessa experiência doida que decidi fazer ao longo de 2013.
Bom, ao todo consegui assistir um total de 335 filmes em 2013 (!!!), um pouco aquém da marca desejada de 365 filmes, mas com certeza muito além do que eu imaginei que conseguiria fazer, o que me deixou orgulhoso (não sou uma pessoa muito notória em cumprir metas pessoais). Apesar do bom número, não consegui me livrar da estranha sensação de continuar tão ignorante em relação ao cinema quanto antes. Além da autêntica falsa modéstia, isso talvez se deva a uma série de escolhas erradas que permearam minha lista com filminhos de fim de semana e repeliram muitos dos clássicos que eu queria (ou devia) assistir. Não foram tantas assim, mas foi o suficiente pra notar que tais filmes acrescentavam muito pouco ao meu objetivo, e assim busquei evitá-los o máximo que pude. Tá, também fui bem sem vergonha algumas vezes ao incluir filmes/documentários passados em sala de aula e alguns filmecos de sessão da tarde.
Já era de se esperar a ocorrência de uma dúzia de épocas complicadas ao longo do ano que me forçaram a colocar o projeto em stand by, o que acabou me custando o equivalente a um mês de filmes. Ainda assim acabei vendo filmes mesmo em épocas e situações BEM inconvenientes, o que compreensivelmente irritava algumas pessoas e a mim mesmo. As tão esperadas férias de fim de ano prometiam uma chance de duplicar ou mesmo triplicar o ritmo para compensar as lacunas, mas acabou que elas só proporcionaram uma concorrência bem mais interessante (séries, jogos, livros) que antes eu não podia me dar o luxo de ter. Somem isso ao fato de que eu REALMENTE não aguentava mais ver filmes.
Como disse antes, eu continuo não me considerando mais entendido em cinema do que ninguém, o que, vá lá, é um pouquinho frustrante. Talvez agora eu conheça um número x de enredos, atores e diretores que antes não conhecia (e é um pouco monstruoso o fato deu conseguir lembrar bem de todos os 335 filmes que vi), mas eu não me atreveria a bancar o entendido em cima de ninguém, até porque isso seria pedantismo da minha parte.
O que me levou a questionar o tempo inteiro -até mesmo agora- se tudo isso valeu a pena. Bom, a maratona não é tão saudável quanto parece. Perder uma média de 2h~2h30 do seu dia, diariamente, acaba contando muito mais do que você imagina (daí minha implicância com filme longo). A partir de certo ponto, comecei a assistir filmes meio que obrigado, e isso afetou minha percepção de uma maneira bem indesejável. No mais, o prejuízo em outras formas de cultura e entretenimento, como livros, é gritante. Em 2013 eu provavelmente só terminei de ler um livro, tendo deixado outros dois ainda no início. Pra quem sempre era visto com um livro diferente na mochila, isso não foi bacana. Também foi significativamente mais difícil acompanhar séries e manter o ritmo de estudos dentro dessa rotina. Então, se por ventura deseja minha bênção pra embarcar numa aventura semelhante: vai ficar querendo, pois eu realmente não recomendo.
Pra finalizar e não deixar essa impressão completamente negativa, depois de seis dias de um merecido descanso sem assistir nada, tudo o que penso em fazer é: ver um filme. Pois é. Não sei se é um mero reflexo mental ou se eu realmente me apaixonei por cinema, mas ainda sobraram inúmeros filmes que quero muito assistir e não tive a chance. E ver um filme acaba te fazendo encontrar outros cinco, e assim você nunca para. É claro que continuarei vendo filmes ativamente esse ano. No meu ritmo, é claro. O qual, mesmo sendo menor que em 2013, será sem dúvida muito maior do que antes deu ter essa ideia maluca.
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