.

.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Filme nº 176: O Discurso do Rei

Mais uma vez, a sobrevivência desse blog encontra-se numa situação crítica por conta das férias. Sim, aparentemente a primeira coisa que me acontece quando entro de férias é a perda da minha capacidade (e várias vezes também o interesse) de escrever. No caso desse filme, porém, decidi fazer um esforcinho, já que eu simplesmente adorei. Lembro de tê-lo assistido no dia do meu aniversário (19/07), só pra vocês terem noção do delay entre o blog e a realidade.

Fuck. Fuck! Fuck, fuck, fuck and fuck! Fuck, fuck and bugger! 
O Discurso do Rei é um filme baseado na história real do Duque de York, que viria a se tornar o Rei George VI do Reino Unido. Reprimido a vida inteira por conta de seus problemas de fala, George, ou 'Bertie', chegara num ponto em que já não via razão para continuar procurando tratamento, chegando a considerar abandonar a vida pública de vez. Sua esposa, no entanto, insiste um pouquinho mais e nisso acaba encontrando o nada ortodoxo Lionel Logue, que possui um jeito muito próprio de lidar com seus pacientes e seus problemas. Conforme o tratamento avança sobre a relutância de George, começa a brotar uma improvável amizade entre médico e paciente em meio a um contexto que acabaria colocando George na linha de sucessão do trono britânico em plena véspera de Segunda Guerra Mundial.
Eu já me via especialmente inclinado a gostar desse enredo por conta da abordagem da realeza britânica e da ambientação em um contexto histórico que sempre achei interessante. Obviamente não me decepcionei nesses aspectos, sendo ainda surpreendido por um incrível elenco capaz de dar vida à um ótimo texto. O destaque, é claro, vai primeiramente para Colin Firth, que soube reproduzir de forma genial a relutância e insegurança de um homem incapaz de falar em público. Em segundo lugar temos Geoffrey Rush, o qual, apesar de (ou justamente por) interpretar o clichê de personagem visionário que sempre sabe o que faz e mesmo assim ninguém bota fé por ser muito ousado, ainda é capaz de conquistar a simpatia do expectador. Por fim, vale fazer menção à participação pequena porém estrondosa do Michael Gambom (o Dumbledore) como rei George V; e ao papel da Helena Bonhan Carter, que incrivelmente não está interpretando uma louca psicótica. 
As melhores definições para O Discurso do Rei sem dúvida são 'encantador' e 'inspirador', por mostrar a realeza britânica sob a perspectiva de um príncipe tímido e recluso que começa o filme travando sofrivelmente durante um discursinho de rotina; para no fim conseguir superar seus medos e limitações, tornando-se Rei contra todas as expectativas, terminando o filme com um bem sucedido discurso de declaração de guerra à Alemanha.
Pra não dizer que o filme foi 100%, queria só mencionar que ele acaba sendo maniqueísta nas relações entre George e seu irmão Edward; além de ser meio anti-histórico ao fazer com que todos saibam com toda a certeza que Hitler e o Nazismo são grandes ameaças à civilização e à humanidade, como se isso fosse óbvio no pré-guerra. Aliás, o personagem do Churchill, apesar de bem incorporado, ficou esteticamente bem mal feito. 
Nota: 9,5

Nenhum comentário:

Postar um comentário